Em 1889, ano da Proclamação da
República, na capital
paulista, a americana de origem
alemã Eleonora Elisabeth Krug, casada
com o imigrante italiano Samuel Malfatti
deu à luz a criança que alicerçou as bases da arte moderna brasileira. Anita Catarina Malfatti que nasceu com um defeito
físico congênito no braço direito. Apesar
da deficiência traçava linhas com habilidade usando somente a mão esquerda. Começou a estudar pintura aos 13 anos de
idade e aos 17 ministrava aulas para
crianças.
Em
1910, com o apoio do seu padrinho
viaja para a Alemanha onde
aprofunda os estudos e tem o seu primeiro contato com os movimentos
artísticos de vanguarda, interessa-se, principalmente pelo Expressionismo que em pinceladas rápidas, expressa em linhas e
cores os sentimentos humanos. Retorna ao
Brasil e decepciona a família e o público que esperavam
vê-la expressar a beleza da arte renascentista que se caracteriza pelo
rigor científico, a perspectiva e o uso
correto da técnica do sfumato.
Em
1917 organiza uma exposição em São Paulo e é duramente
criticada por Monteiro Lobato, porém encorajou os artistas com desejo de
renovação artística e, em 1922, eles organizaram o evento cultural mais importante do Brasil
no século XX : A Semana de Arte Moderna. Um
presente para a pioneira Anita Malfatti
que teve suas obras em destaque.
Atualmente escreve e fala-se muito em acessibilidade e respeito às diferenças com o intuito de harmonizar as relações e construir a cultura de paz tão almejada pela
humanidade. Mesmo em nações híbridas como a brasileira, as relações com os
portadores de necessidades especiais e
de diferentes etnias, ainda são
conflituosas. E, por acreditar no poder da arte na construção de seres humanos mais compreensivos, criativos e ousados é que optou-se por escrever sobre a vida e obra da
artista plástica Anita Malfatti,
que enfrentou a sua limitação física, críticas e
lutou para deixar fluir o seu talento artístico, sempre aberta as novas
tendências.
O trabalho de Anita Malfatti foi revolucionário para a época, tanto que
Monteiro Lobato, referindo as suas telas
usou a expressão: “coisas dantescas”,
sua obra agrada também ao público
infanto-juvenil, já que, no decorrer de sua trajetória, pintou inúmeras
natureza – morta, estilo de pintura, no qual são retratados seres
inanimados como cestas de frutas, vasos de flores, louças, pratarias,
entre outros.
Em 1964, Anita Malfatti faleceu deixando grande acervo artístico e, o seu legado maior: exemplo de superação,
coragem, talento!
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