sábado, 19 de novembro de 2016

Anita Catarina Malfatti


Em 1889, ano da Proclamação da República,  na  capital  paulista,  a americana de origem alemã  Eleonora Elisabeth Krug, casada com o imigrante italiano Samuel Malfatti  deu à luz a  criança que  alicerçou as bases da arte moderna  brasileira. Anita  Catarina Malfatti que nasceu com um defeito físico congênito  no braço direito. Apesar da deficiência traçava linhas com habilidade usando somente  a mão esquerda.  Começou a estudar pintura aos 13 anos de idade e aos 17  ministrava aulas para crianças.
            Em 1910, com o apoio do seu  padrinho viaja  para a Alemanha  onde  aprofunda os estudos  e tem  o seu primeiro contato com os movimentos artísticos de vanguarda, interessa-se,  principalmente pelo  Expressionismo que  em pinceladas rápidas, expressa em linhas e cores os sentimentos  humanos. Retorna ao Brasil   e decepciona a família  e o público que   esperavam  vê-la expressar a beleza da arte renascentista que se caracteriza pelo rigor científico, a perspectiva  e o uso correto da técnica do sfumato.
            Em 1917 organiza uma exposição em  São Paulo e é duramente criticada  por Monteiro Lobato,  porém encorajou os artistas com desejo de renovação artística e, em 1922, eles organizaram  o evento cultural mais importante do Brasil no século XX : A Semana de Arte Moderna. Um presente para a pioneira  Anita Malfatti que teve  suas obras em destaque.
Atualmente  escreve e fala-se muito em acessibilidade e  respeito às diferenças com o intuito de  harmonizar as relações e construir  a cultura de paz tão almejada pela humanidade. Mesmo em nações híbridas como a brasileira, as relações com os portadores de  necessidades especiais e de diferentes etnias,  ainda são conflituosas. E, por acreditar no poder   da arte na construção de seres humanos  mais compreensivos,  criativos e ousados  é que  optou-se por escrever sobre a  vida e obra da  artista plástica  Anita Malfatti, que enfrentou a sua limitação física, críticas   e  lutou para deixar fluir o seu talento artístico, sempre aberta as novas tendências.
         O trabalho de Anita Malfatti   foi revolucionário para a época, tanto que Monteiro Lobato, referindo as suas  telas usou a expressão:  “coisas dantescas”, sua  obra agrada também ao público infanto-juvenil, já que, no decorrer de sua trajetória, pintou inúmeras natureza – morta, estilo de pintura, no qual são retratados  seres  inanimados como cestas de frutas, vasos de flores, louças, pratarias, entre outros.

Em 1964, Anita Malfatti  faleceu deixando grande acervo artístico e,  o seu legado maior: exemplo de superação, coragem, talento!

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