Parte I
“
Toda imagem conta uma história”
Peter Burke
Todas as formas de inscrição
gráficas surgiram da necessidade humana de se comunicar e expressar seus sentimentos. As mais antigas experiências que se tem
conhecimento são os desenhos nas paredes das cavernas “ arte rupestre”
considerados os embriões da escrita. Vasta literatura relata que o desejo do
homem de comunicar-se à distância precedeu o uso da escrita e faziam uso dos recursos disponíveis como os
sinais de fumaça, toque de tambores e
também do fogo; ilustrada aqui com o
acordo entre primas: Santa Isabel e Virgem Maria. Segundo a tradição católica, Santa Isabel
acenderia uma fogueira comunicando o nascimento do primogênito - João
Batista. Na China a. C, os militares nos
campos de batalha, utilizavam a Pipa
para transmitir mensagens à distância, entre os destacamentos militares através
de códigos previamente combinados - Movimentos e cores.
Domesticados a milhares de anos, o
pombo teve importante papel na
comunicação aérea à distância. No Egito antigo, as mensagens sobre as cheias
e baixas do Rio Nilo em transmitidas aos
camponeses pelo pássaro. O mesmo sistema
era usado pelos romanos para anunciar aos
parentes e amigos distantes o resultado das lutas de gladiadores. Em diversas épocas e lugares
foram largamente utilizados pelos militares para o transporte de mensagens as tropas
aliadas. O ramo de oliveira entregue a Noé pela pomba, segundo os relatos
bíblicos, é considerado como a primeira “Carta.”
Com o advento da escrita, surgiu a troca
de correspondência e a
necessidade de seu transporte. Pesquisas indicam que o sistema de escrita “cuneiforme” tenha surgido na
Mesopotâmia entre os sumérios por volta de 4000 a .C., Outros povos como os babilônios desenvolveram
sistema de escrita em tablete de argila
que era muito utilizado para o envio de mensagens. É de origem babilônica, a
carta mais antiga, cuja destinatária é uma dama chamada Husutiva. Escrita em
letras cuneiformes em uma tabuleta de
argila, pela senhora Navirtum que avisava a amiga, que somente a visitaria na ausência
do marido.
Inicialmente, a escrita egípcia, denominada “
hieroglífica” era pictográfica e cada sinal representava um objeto e podem ser
vistos na Pedra Roseta, paredes de túmulos. Posteriormente os egípcios desenvolveram um novo suporte para a escrita o papiro, deliciadamente coloridos no
qual se escrevia com tinta azul e preta e foi utilizado na correspondência por carta pelos faraós cuja entrega era feita por mensageiros
Há mais de 2000. a . C , na China, em
virtude do tamanho do país, o sistema de
entrega de correspondência era feita por
mensageiros que percorriam o país em
velozes cavalos. Em Roma, durante
o governo do Imperador Augusto também se utilizou cavalos para agilizar a entrega das missivas. Na
América do Sul, a.C. povos ágrafos
transmitiam suas mensagens por um
sistema de códigos com nós em cordões,
(quipos) quem eram entregues por velozes
corredores denominados chaquis.
Ressaltando que o serviço de correio
surgiu em virtude de uma característica essencial do homem: A comunicação a
distância.. Acredita-se que o
sistema postal, como o conhecemos
hoje, tenha sido criado na Pérsia, por
Dario (522-486 a .C.).
e veem acompanhando o desenvolvimento
econômico e tecnológico do mundo globalizado.
Na Inglaterra Vitoriana, ocorreu a revolução
industrial e os meios de entrega de
correspondência tornaram-se mais rápidos, porém o sistema de cobrança, no qual,
quem pagava era o destinatário, causava grandes prejuízos aos Correios. Era
comum pessoas marcarem o envelope com códigos previamente
combinados, tornando desnecessário pagar a tarifa postal e receber a carta. Ao
presenciar um fato destes, o
administrador geral dos Correios, o inglês, Rowland Hill, revolucionou o
sistema de cobrança de correspondência,
criou a logística que perdura até hoje. Quem paga a taxa é o remetente de acordo com o peso e a distância e também
criou o selo postal como comprovante do pagamento.
A ideia original de Rowland
Hill, foi combatida após seu lançamento, porém o primeiro selo postal, desenhando por Benjamin
Cleverton em 1840, que representava a efígie da Rainha Vitória e
ficou conhecido por Penny Black venceu a resistência, aumentou o número de correspondência e serviu de
incentivo para campanhas de
alfabetização. O Brasil foi o segundo país do mundo a adotar o selo
postal para o porteamento dos serviços postais e em 01 de agosto de 1843, lançou os três modelos, conhecidos como Olho-de-Boi,
a primeira emissão filatélica do Brasil e a segunda de circulação nacional do
mundo, e, no mercado filatélico já
atingiu o valor de R$ 2.310.000,00.
Por acreditar
que o carimbo de postagem maculasse sua face soberana, o Imperador do Brasil, D. Pedro II, não
autorizou focalizar sua efígie no selo e esta visão prevaleceu durante algum
tempo, sendo lançado mais três séries apenas com as cifras, porém, ao perceber o poder comunicativo
do selo postal, autorizou a emissão de
inúmeras séries retratando momentos de sua vida, ciente que o pequeno estampilho divulgaria o
prestígio do monarca no cenário político nacional e internacional por
meio da circulação das correspondências, sendo até hoje, um eficiente veículo de divulgação na cultura nacional em todo o mundo, mostrando sempre o
que de melhor há no Brasil.
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