domingo, 20 de novembro de 2016

Comunicação à distância

Parte I 
 “ Toda imagem conta uma história”
Peter Burke

           
            Todas as formas de inscrição gráficas surgiram da necessidade humana de se comunicar e expressar  seus sentimentos.  As mais antigas experiências que se tem conhecimento são os desenhos nas paredes das cavernas “ arte rupestre” considerados os embriões da escrita. Vasta literatura relata que o desejo do homem de comunicar-se à distância precedeu o uso da escrita e  faziam uso dos recursos disponíveis como os sinais de fumaça,  toque de tambores e também do fogo; ilustrada  aqui  com  o acordo entre primas:   Santa Isabel e Virgem  Maria. Segundo a tradição católica, Santa Isabel acenderia uma fogueira  comunicando  o nascimento do primogênito - João Batista.  Na China a. C, os militares nos campos de batalha, utilizavam a  Pipa para transmitir mensagens à distância, entre os destacamentos militares através de códigos previamente combinados - Movimentos e cores.
            Domesticados a milhares de anos, o pombo teve importante papel  na comunicação  aérea à distância.  No Egito antigo, as mensagens sobre as cheias e baixas do  Rio Nilo em transmitidas aos camponeses pelo pássaro.  O mesmo sistema era usado pelos romanos para  anunciar aos parentes e amigos distantes o resultado das lutas de  gladiadores. Em diversas épocas e lugares foram largamente  utilizados  pelos militares  para o transporte de mensagens as tropas aliadas. O ramo de oliveira entregue a Noé pela pomba, segundo os relatos bíblicos, é considerado como a primeira “Carta.”
             Com o advento da escrita, surgiu  a troca  de correspondência  e a necessidade de seu transporte. Pesquisas indicam que  o sistema de escrita  “cuneiforme” tenha surgido na Mesopotâmia  entre os sumérios  por volta de 4000 a.C.,  Outros povos como os babilônios desenvolveram sistema de escrita em tablete de argila  que  era muito utilizado para o  envio de mensagens. É de origem babilônica, a carta  mais antiga,  cuja destinatária  é uma dama chamada Husutiva. Escrita em letras cuneiformes  em uma tabuleta de argila, pela  senhora Navirtum que  avisava a amiga, que somente a visitaria na ausência do marido.
             Inicialmente, a escrita egípcia, denominada “ hieroglífica” era pictográfica e cada sinal representava um objeto e podem ser vistos na Pedra Roseta, paredes de túmulos. Posteriormente  os egípcios desenvolveram  um novo suporte para a escrita o papiro, deliciadamente coloridos no qual se escrevia com tinta azul e preta e foi utilizado na correspondência  por carta pelos faraós  cuja entrega era feita por mensageiros
           Há mais de 2000. a. C , na China, em virtude do tamanho do país,  o sistema de entrega de correspondência era feita  por mensageiros que  percorriam o  país em    velozes cavalos.  Em Roma, durante o governo do Imperador Augusto também se utilizou cavalos  para agilizar a entrega das missivas. Na América do Sul, a.C. povos ágrafos  transmitiam suas mensagens  por um sistema de códigos  com nós em cordões, (quipos)  quem eram entregues por velozes corredores denominados  chaquis.
            Ressaltando que o serviço de correio surgiu em virtude de uma característica essencial do homem: A comunicação a distância.. Acredita-se que o  sistema  postal, como o conhecemos hoje, tenha sido criado na Pérsia, por  Dario (522-486 a.C.). e veem  acompanhando o desenvolvimento econômico e tecnológico do mundo globalizado.
             Na Inglaterra Vitoriana, ocorreu a revolução industrial e  os meios de entrega de correspondência tornaram-se mais rápidos, porém o sistema de cobrança, no qual, quem pagava era o destinatário, causava grandes prejuízos aos Correios. Era comum pessoas   marcarem  o envelope com códigos previamente combinados, tornando desnecessário pagar a tarifa postal e receber a carta. Ao presenciar  um fato destes, o administrador geral dos Correios, o inglês, Rowland Hill, revolucionou o sistema de  cobrança de correspondência, criou a logística  que perdura até  hoje. Quem paga a taxa  é o remetente de acordo com o peso e a distância  e também  criou o selo postal como comprovante do pagamento.
              A ideia original de  Rowland Hill,  foi combatida  após seu lançamento, porém o primeiro  selo postal, desenhando por Benjamin Cleverton em 1840,  que  representava a efígie da Rainha Vitória e ficou conhecido por Penny Black venceu a resistência, aumentou  o número de correspondência  e serviu de  incentivo para campanhas de  alfabetização. O Brasil foi o segundo país do mundo a adotar o selo postal para o porteamento dos serviços postais e em  01 de agosto de 1843, lançou  os três modelos, conhecidos como Olho-de-Boi, a primeira emissão filatélica do Brasil e a segunda de circulação nacional do mundo,  e, no mercado filatélico já atingiu o  valor de R$ 2.310.000,00.
Por acreditar  que o carimbo de postagem maculasse sua face soberana,  o Imperador do Brasil, D. Pedro II, não autorizou focalizar sua efígie no selo e esta visão prevaleceu durante algum tempo, sendo lançado mais três séries apenas com  as cifras, porém, ao perceber o poder comunicativo do selo postal, autorizou a emissão de  inúmeras séries retratando momentos de sua vida, ciente que  o pequeno estampilho  divulgaria o  prestígio do monarca no cenário político nacional e internacional por meio da circulação das correspondências, sendo até  hoje, um eficiente veículo de  divulgação na cultura  nacional em todo o mundo, mostrando sempre o que de melhor há no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário