domingo, 30 de maio de 2021

Piolho e sarna

         Quem pensa que o pior já passou  e que a população já sabe como lidar com a pandemia, dentro em breve  constatará que está enganado. Um pouco mais de paciência e  em pouco tempo receberá  mais um visitante indesejado.  O mosquito Aedes aegypti  montou  a barraca definitivamente no Brasil em 1981 e o todo poderoso transmite dengue, zica, chikungunya. Milhões de reais são gastos anualmente em campanhas de prevenção, porém, a população ganha uma batalha e perde nove. O mosquito continua na ativa, ampliando o seu roll de vítimas mas  desde 2020,  um pouco esquecido pelas autoridades e pelo povo porque chegou um concorrente bem mais poderoso, o coronavírus que ceifa vidas impiedosamente.Talvez pelos intermináveis lockdown,  que provocou quebra das empresas e desemprego em  massa,  centenas de milhares de pessoas estão aglomeradas em casa, com insegurança alimentar, tendo que economizar água, luz, material de higiene pessoal ao extremo,   tenha propiciado a ressurreição do  insuportável  ácaro chamado Sarcoptes scabiei, que  usa como hospedeiro o ser  humano  e provoca a popular “sarna humana”. Outra praga que também deixou o túmulo foi o  Pediculus humanus capitis  e o que já estava ruim ficou pior ainda. Dentro de casa, com fome, com medo de contrair covid-19, zica, chikungunya,  com coceira em todo o corpo e doando sangue para o piolho proliferar deixa qualquer  um a beira de um ataque de nervos e  várias cidades brasileiras enfrentam surtos de todas estas pragas juntas. Será o prenúncio do apocalipse?

Nenhum comentário:

Postar um comentário