Autoridade mundial em psicologia que estuda o peso da humilhação no emocional do indivíduo e sua relação com suicídio e terrorismo, a psicóloga alemã Evelin Lindner afirma que “ A humilhação é a bomba nuclear das emoções”. Esta afirmação tem ecoado de forma profunda entre as pessoas que conviviam com Isabelly após o seu suicídio. Aparentemente, ela estava feliz e realizada. Acabara de comprar e reformar uma casa com amplo quintal, como não cansava de dizer “para os bichos terem mais espaço”, e já preparava a mudança exatamente para o final de semana em que atentou contra a própria vida, de forma violenta.Acredita-se que primeiro tenha cortado a própria língua para não gritar de dor e despertar o marido e os animais domésticos e em seguida, duas facadas na barriga e uma certeira e violenta no pescoço. Utilizou duas facas de cozinha e bem afiadas.
A pergunta que nunca será respondida é: Qual era a sua dor? Havia uma dor com uma intensidade imensurável, maior que da alegria do casamento recente, do novo emprego, do sonho da casa própria e do amor de mãe, embora adultos, filhos, carecem da segurança materna, mesmo distante, a genitora é o porto seguro, a certeza de se ter para onde voltar. Generosa, prestativa, sempre sorridente, a vizinhança não conhecia a sua história, como foi sua infância, adolescência e a labuta da vida adulta, as situações vexatórias sofridas em família, no trabalho e as dores de sua viuvez. Ela nunca se queixava de nada, parecia feliz e realizada com o novo relacionamento e os rumos que a sua vida tomara.
A morte chegou de forma trágica e com ela, as fofocas, calúnias difamações a tripudiação sobre a falecida que já estava silenciada, sem poder se defender. Durante o velório as línguas afiadas trouxeram à tona as humilhações sofridas, a conta gotas desde o início do relacionamento com o atual marido pela ex-esposa. Eles se aproximaram quando ele rompeu o casamento de trinta anos. Ela foi acusada de por fim ao relacionamento desgastado do casal em decorrência do ciúme doentio da esposa que perdurou pós divórcio. Será que o peso das humilhações diárias ajudou a reforçar uma outra dor, desconhecida de todos os amigos e familiares e que está dor tenha desfigurado a sua identidade de cristã, temente a Deus e desencadeou o ato irracional e violento, dificílimo de ser evitado? A imensidão da dor que dilacerava o seu coração era maior que tudo e ela optou por deixar de viver?
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