domingo, 11 de maio de 2025

O livro que me ajudou a sentir

 

Ela havia terminado de ler Um Amor para Recordar, de Nicholas Sparks, mas o livro ainda reverberava dentro dela como uma melodia suave que insiste em permanecer mesmo após a última nota. Era impossível não se deixar envolver por aquela narrativa tão simples e, ao mesmo tempo, tão profundamente tocante. “É isso que os grandes escritores sabem fazer”, ela pensou, enquanto fechava o exemplar com cuidado, como se fosse algo precioso. “Eles sabem prender a atenção do leitor sem recorrer a grandes reviravoltas, apenas com a verdade emocional das pequenas coisas.”

A história contava apenas um fragmento da vida de um estudante do segundo ano do ensino médio — um rapaz comum, perdido entre os desafios da adolescência — que, de forma inesperada, se apaixonava pela garota mais improvável da escola: a jovem esquisita, retraída, filha do pastor. Ainda assim, Sparks conseguia transformar esse enredo simples numa narrativa poderosa. E isso, para ela, era o verdadeiro segredo da boa escrita.

Ela dizia, frequentemente:
— Como ele consegue? Como consegue traduzir em palavras todos os sentimentos confusos da adolescência, as amizades frágeis, os amores tímidos, os medos e as descobertas?

A escrita de Sparks não era rebuscada, tampouco buscava ser. Pelo contrário, era marcada por uma fluidez encantadora, como um rio que corre sereno, mas constante. Os diálogos soavam reais, quase como se o leitor estivesse escutando uma conversa entre amigos no pátio da escola. As emoções vinham sem esforço, sem exageros — apenas com a delicadeza de quem sabe que, às vezes, as maiores dores e alegrias estão nos detalhes mais silenciosos.

Ela, aspirante a escritora, via-se diante de um espelho emocional. “Ainda não consigo escrever assim”, confessava a si mesma, entre frustração e esperança. “Minha escrita é truncada, engasgada... Sinto dificuldade em expressar meus sentimentos, seja com a fala ou com a caneta.” Reconhecia suas limitações gramaticais, suas inseguranças criativas. Mas, mais forte do que a dúvida, era o desejo. O desejo de aprender, de emocionar, de fazer com que alguém, um dia, dissesse: ‘Eu não consegui parar de ler’.

Ela queria isso — queria cativar leitores mesmo quando narrasse o mais banal dos dias, a cena mais rotineira da vida de um adolescente. Queria que suas palavras tocassem o outro como as de Sparks a haviam tocado. Por isso, sabia que Um Amor para Recordar permaneceria com ela por muito tempo. Porque, naquele livro, ela não viu apenas uma história de amor juvenil — ela viu tudo o que queria ser como escritora.

E, ao final, deixou um conselho para quem, como ela, luta com a própria escrita:
— Leia esse livro. Deixe que ele fale com você. Depois, venha me contar o que ficou. Talvez, no meio da conversa, a gente descubra juntos o segredo da magia de Nicholas Sparks.


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