A sabedoria popular diz que na vida
há tempo para tudo: Tempo para preparar a terra, para cuidar e para colher e
assim é também com a vida humana. Existe o tempo de gestação, de nascer,
crescer, amadurecer, envelhecer e morrer.
Feliz é o tempo em que se é criança
quando se gasta muito tempo aprendendo
por meio da observação do comportamento dos adultos e brincando sem se
preocupar com o longo caminho percorrido para que o alimento
chegue à mesa para saciar a fome de
boquinhas ávidas por comidas deliciosos, sem a consciência da importância do
alimento para crescer forte e com saúde. É a fase do comer pelo prazer de
descobrir novos sabores e fartar-se com os já conhecidos.
Difícil é o tempo da adolescência,
quando ainda não aprendeu a ser adulto e
já não sabe mais ser criança, não quer brincar, mas também não quer assumir as
responsabilidades impostas pela vida. Querer aproveitar o momento, sem mesmo saber o que
de fato é divertir. É o tempo de
transformações e inquietações, de sentimentos intensos e fortes convicções, de chorar e rir sem precisar de
um motivo. É o tempo de acalentar o sonho de mudar o mundo quando ainda não é
capaz sequer de arrumar o quarto e fazer as tarefas escolares sem a vigilância rigorosa
dos adultos.
A tão esperada maioridade é o tempo de aprender
que não se faz tudo o que deseja, mas o
que consegue. É o tempo de entender que a distância entre o desejo e a concretização dele há uma longa
e tortuosa estrada com várias pedras no caminho. É o tempo de dar adeus a tudo
aquilo que não dera valor: a leveza da
infância, a mão firme dos pais sempre
pronta a ampara-los nos momentos difíceis.
A maturidade é o tempo de
construir uma nova família e
assumir o peso da responsabilidade, a
mesma que não dera valor, quando estava
em fase de crescimento e aprendizagem. É o tempo em que o filho vê quão
dura foi a luta de seus genitores para criá-lo segundo as leis de Deus e dos
homens. É quando não há tempo para si, mas para o outro, o cônjuge, filhos o trabalho.
Velhice é o tempo de colher o que plantou ao longo dos anos, e
principalmente, arrepender-se das decisões erradas e chorar amargamente porque
não há mais tempo para curar as feridas e
para construir uma nova trajetória de vida. Também é o tempo para deixar fluir o
amor pelos descendentes e aconselha-los para que não comentam os mesmo erros
e que possam envelhecer em verdes
campinas ouvindo o cantar dos pássaros porque a aridez do deserto é dura
demais para os corpos cansados dos pesos dos anos.
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