quarta-feira, 15 de maio de 2019

Tempo



A sabedoria popular diz que na vida há tempo para tudo: Tempo para preparar a terra, para cuidar e para colher e assim é também com a vida humana. Existe o tempo de gestação, de nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer.
Feliz é o tempo em que se é criança quando se gasta muito tempo  aprendendo por meio da observação do comportamento dos adultos e brincando sem se preocupar  com o  longo caminho percorrido para que o alimento chegue à mesa  para saciar a fome de boquinhas ávidas por comidas deliciosos, sem a consciência da importância do alimento para crescer forte e com saúde. É a fase do comer pelo prazer de descobrir novos sabores e fartar-se com os já conhecidos.
Difícil é o tempo da adolescência, quando ainda não  aprendeu a ser adulto e já não sabe mais ser criança, não quer brincar, mas também não quer assumir as responsabilidades  impostas pela vida. Querer aproveitar o momento, sem mesmo saber o que de fato é divertir. É o tempo de   transformações e inquietações, de sentimentos intensos e fortes  convicções, de chorar e rir sem precisar de um motivo. É o tempo de acalentar o sonho de mudar o mundo quando ainda não é capaz sequer de arrumar o quarto e fazer as tarefas escolares sem a vigilância rigorosa dos adultos.
A  tão esperada maioridade é o tempo de aprender que  não se faz tudo o que deseja, mas o que consegue. É o tempo de entender que a distância entre  o desejo e a concretização dele há uma longa e tortuosa estrada com várias pedras no caminho. É o tempo de dar adeus a tudo aquilo que não dera valor: a  leveza da infância, a  mão firme dos pais sempre pronta a ampara-los nos momentos difíceis.
A maturidade é o tempo de construir  uma nova família e assumir  o peso da responsabilidade, a mesma que não dera valor, quando estava  em fase de crescimento e aprendizagem. É o tempo em que o filho vê quão dura foi a luta de seus genitores para criá-lo segundo as leis de Deus e dos homens. É quando não há tempo para si, mas para o outro,  o cônjuge, filhos o trabalho.
Velhice é o tempo  de colher o que plantou ao longo dos anos, e principalmente, arrepender-se das decisões erradas e chorar amargamente porque não há  mais tempo para curar as feridas e para construir uma nova trajetória de vida. Também é o tempo para deixar fluir o amor pelos descendentes e aconselha-los para que não comentam os mesmo erros e  que possam envelhecer em verdes campinas ouvindo o cantar dos pássaros porque a aridez do deserto é dura demais para os corpos cansados dos pesos dos anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário