quarta-feira, 1 de maio de 2019

1º de maio de 2019


          Hoje é o dia do trabalho! Lideranças sindicais promoveram festa para o deite  dos profissionais de todas as  áreas. Será que de fato,  existe algo a  se comemorar?   Em consonância com as mudanças nas leis trabalhistas e na   Previdência Social  o trabalhador  brasileiro está fadado a morrer de inanição  em alguma fila de emprego, caso ele tenha forças para chegar até lá, porque aumenta-se a idade para aposentar e  os empregadores buscam contratar cada vez mais, pessoas  mais jovens
          Maria, aos 35 anos de idade,  cursou pedagogia, graças ao Prouni, foi aprovado em um concurso, porém, este expirou antes de sua nomeação, também não conseguiu  um contrato  na  rede pública porque  sua pontuação é zero, e quando chega a sua vez, não há  mais aula e, em escolas particulares, também ouviu não, alegando que preferem pessoas com experiência.  Aos 47 anos de idade, dois filhos adolescentes, após o falecimento do marido, que estava desempregado e a deixou sem pensão, se viu obrigada a retornar à casa materna e quatro pessoas vivem do salário mínimo que a aposentada recebe e que ela sabe não poder contar com ele por muito tempo porque além da idade avançada, sua mãe está doente, Maria é uma  preguiçosa, explorada de idosa? Não, ela é mais uma  vítima  da negligência  dos governantes para com o povo.
          O dia de Maria começa com  ela batendo de porta em porta, oferecendo sua força de trabalho e colecionando não;  ela não escolhe serviço, quer apenas ter condições de sustentar seus filhos dignamente e não depender da caridade de vizinhos e familiares. Para uns  contratantes ela é considerada velha, para outro,   como não  tem registro em carteira é vista como incapaz de aprender atividade nova.
Como ter experiência se não lhe é dada a pessoa, a oportunidade de  mostrar o seu potencial?
Como garantir o seu sustento na velhice  com a aposentadoria se as portas do mercado de trabalho se fecham para as pessoas maduras?
Há lutas ferozes contra a exploração da mão de obra infantil e ao mesmo tempo, fecham-se as portas  trabalhistas para os genitores!
Não a nada que possa ser comemorado  porque o desemprego cresce na velocidade da luz e há um prenúncio  de miséria  generalizada  entre aqueles que apenas queriam trabalhar.




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