domingo, 19 de maio de 2019

Sempre em alerta



          Não é verdade que as pessoas  se acostumam com a violência; acontece que elas não têm outra opção, já que não está em sua alçada resolver as questões de segurança pública, verdade que elas são portadoras da força do voto, porém, a  nação brasileira ainda não está politizada o suficiente para fazer uma escolha criteriosa de seus representantes, e consequentemente, o medo faz parte da rotina  de toda a população, nem mesmo os indigentes podem dormir sossegados nas ruas frias das cidades.
          Não é raro à mídia noticiar que mendigos foram mortos a pauladas, tiros e por queimaduras enquanto  repousam nas calçadas geladas das grandes cidades. Militares que fazem ronda noturna e adentram em zonas mais perigosas tem sua vidas ceifadas  a queima roupa  e em emboscadas.  Os trabalhadores, quando em casa, estão sempre de sobreavisos, com medo de terem suas casas arrombadas, ao sair para o trabalho, sempre em  alerta preocupados com a possibilidade   de serem a próxima vítima e ficar sem a carteira com documentos e o pouco dinheiro para a condução e refeições, e quando no exercício da função, não podem baixar a guarda porque estabelecimentos comerciais sempre   são invadidos por bandidos impiedosos e fortemente armados, razão pela qual é comum ver em periferias, funcionários atender os clientes protegidos por uma grande. Quando surgiu o cartão  para saque em bancos, os mais ingênuos respiraram aliviados por acreditar que  já não seriam o alvo predileto dos meliantes, mas não foi assim, a situação ficou pior, surgiu uma  nova modalidade de crime: o sequestro relâmpago, no qual o padecente ficava em poder dos marginais até eles conseguiram limpar  a conta e  doravante os trabalhadores passaram a suspirarem de pavor e com o advento da popularização da máquina de  cartão, estas logo foram parar em mãos erradas e é muito comum atualmente, ao serem abordadas, os ladrões exigirem o cartão e a senha e  não satisfeitos em fazer a transferência de todo o dinheiro, vão embora levando a carteira com todos os documentos e o cartão o que causa um grande transtorno à vítima e não adiante ficar em casa e fazer tudo pela internet porque os cibercrimes são bem comuns.
          Não  há nenhuma esperança a vista porque não existe uma política pública  de valorização da vida e regaste de valores universais. Quem sabe,  nos próximos quinhentos anos,  os trabalhadores  brasileiros possam caminhar serenos pelas ruas e dormir tranquilamente o sono dos justos isto se a  comunidade, a igreja e o estado se unirem em prol da vida.
         
         

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