Você já reparou como algumas mulheres tratam seus
cabelos quase como uma extensão da própria alma? Talvez você até conheça alguém
assim — ou seja essa pessoa. Aquelas que carregam fios longos, pesados, às
vezes até um pouco descuidados, mas que, ainda assim, defendem cada centímetro
como se fosse patrimônio histórico. Quando finalmente são convencidas a aparar
as pontas, chegam ao salão como quem enfrenta um tribunal, e a cabeleireira,
coitada, precisa ter o coração forte para suportar o drama.
Do outro lado da tesoura, existem as destemidas. As
que, a cada três meses, entram no salão como quem entra em um parque de
diversões. Folheiam revistas, trocam ideias, arriscam cortes, cores, formatos.
E, curiosamente, já até sabem o que vão ouvir depois: “Nossa, ficou ótimo! Você
está uns cinco anos mais jovem, tem que manter assim.” É quase um mantra
social, não é? Como se a mudança fosse mais celebrada do que o estilo em si.
Mas por que será que algumas mulheres resistem
tanto a cortar o cabelo, enquanto outras o fazem com a leveza de quem troca de
roupa? Psicólogos e psiquiatras talvez tenham boas respostas, mas,
sinceramente, isso não deveria ser preocupação de ninguém além delas mesmas.
Porque, enquanto discutimos cortes, cores e
centímetros, o mundo lá fora anda precisando de atenção em outras áreas.
Crianças e adolescentes mergulhando cedo demais na violência, vidas sendo
atravessadas por escolhas duras, famílias desestruturadas, comunidades
fragilizadas. Há tanta coisa urgente pedindo cuidado que, convenhamos, o
tamanho do cabelo de uma mulher deveria ser o menor dos problemas.
No fim das contas, talvez a pergunta mais
importante seja outra: por que gastamos tanta energia julgando aparências,
quando poderíamos estar investindo na construção de seres humanos mais
empáticos, conscientes e comprometidos uns com os outros — e com a natureza que
nos sustenta?
E você, leitor, leitora… já parou para pensar no
que realmente merece sua atenção hoje?
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