Na antiga currutela conhecida por Olho D’água, onde outrora fora pouso de tropeiros para dar águas aos animais e descanso destes, havia a pousada do respeitável e saudoso Senhor Afrânio, hoje administradas pela viúva e suas enteadas. Era um estabelecimento modesto, porém, significativo para o padrão local e para a Elza, a viúva, era tudo que possuía, uma vez que ela vivia em extrema pobreza quando conheceu o falecido, que lhe deu emprego por caridade, quando ele ainda era casado, misteriosamente, meses depois, da contratação, a doce Emanuela, caiu no açude e morreu afogada. Sem perda de tempo, a maquiavélica empregada, usou as artimanhas da sedução e conseguiu casar com o viúvo, mesmo antes de completar o período do luto, o que deixou as enteadas, consternadas, e era só o começo do que estava por vir.
A antipática viúva Elza,
era tolerada pelos hospedes fiéis, em respeito aos saudosos fundadores da
pousada e pois esta era o único meio de
sustento destas. Forasteiros que lá
pernoitavam, se esbaldavam nos
braços de Elza, embora era tentasse manter a aparência de uma viúva respeitável
e, em conluio com sua nora, tramavam abocanhar o patrimônio das legítimas herdeiras, mesmo não tendo direito legal sobre ele em
virtude da idade do Afrânio e pelo regime do casamento que era de
separação parcial de bens e nada foi
adquirido após a união, pelo contrário, ela e a nora gastara todo o dinheiro
deixado no Banco, mas as duas gananciosas não de deixavam deter por essas
trivialidades jurídicas, e confiavam, que na cama, com o homem certo,
conseguiriam que a pousada fosse
transferida para o nome delas.
Embora Elza mantivesse um controle rígido sobre o bens das
enteadas, mas como tinha dificuldades com a tecnologia, passou a posse do cartão de crédito para a
nora, e com ele, fez compras extravagantes, justificando ser para a pousada, mas na
verdade, eram luxos pessoais disfarçados.
A trama de nora não parava por aí. Ela sabia que as
herdeiras legítimas iriam completar a
maioridade e iriam reclamar a posse da
herança. Foi então que Luísa concebeu um plano diabólico: convencer o advogado
das herdeiras a aceitar um acordo. Um acordo que lhe renderia uma generosa
quantia em troca de informações privilegiadas e documentos que poderiam agilizar
a partilha da herança.
O advogado, um homem de ética questionável, viu na
proposta de nora uma oportunidade para enriquecer rapidamente. Subornado com
promessas de uma fatia considerável, ele concordou em colaborar, ignorando o
fato de que estava jogando com a justiça e a moralidade.
No entanto, o destino é frequentemente um juiz
implacável. Num dia ensolarado de outono, quando a nora aguardava ansiosamente
a confirmação do acordo, a verdade veio à tona de maneira inesperada. O
advogado, cuja ganância o cegara para as consequências, foi denunciado por um
colega mais íntegro. As herdeiras, alertadas pela astúcia pelo advogado
honesto, que descobriu o conluio, intervieram a tempo.
As herdeiras que sempre souberam a verdadeira natureza da madrasta e sua nora,
observavam com alegria e sensação de justiça, sogra, nora e o advogado sendo levados perante a justiça. As mulheres, cuja
ganância e desonestidade eram tão profundas quanto elas próprias, estava agora desmascaradas e
enfrentariam as consequências de seus atos.
Assim termina a história de da viúva Elza e sua
nora, um conto de intrigas familiares e ambições desmedidas, onde a justiça,
por fim, prevalece sobre os corações gananciosos que ousam desafiar os limites
impostos pela honra e pela lei.
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