quinta-feira, 27 de junho de 2024

O Intrigante Legado

             

    Na antiga currutela  conhecida por Olho D’água, onde outrora fora  pouso de tropeiros para dar águas aos animais e descanso destes, havia a  pousada do  respeitável e saudoso Senhor Afrânio, hoje administradas pela  viúva e suas enteadas. Era um estabelecimento modesto, porém, significativo para o padrão local e para a  Elza, a viúva, era tudo que possuía, uma vez que ela vivia em extrema pobreza quando conheceu o falecido, que lhe deu emprego por caridade, quando ele ainda era casado, misteriosamente, meses depois, da contratação, a doce Emanuela, caiu  no açude e morreu afogada. Sem perda de tempo, a  maquiavélica empregada, usou as artimanhas da sedução e conseguiu casar com o viúvo,  mesmo antes de completar o período do luto, o que deixou as  enteadas, consternadas, e era só o começo do  que estava por vir.

         A antipática  viúva Elza,  era tolerada  pelos  hospedes fiéis,  em respeito aos saudosos fundadores da pousada e pois  esta era o único meio de sustento destas.  Forasteiros que    pernoitavam, se esbaldavam nos  braços de Elza, embora era tentasse manter a aparência de uma viúva respeitável e, em conluio com sua nora, tramavam abocanhar o patrimônio das legítimas herdeiras,  mesmo não tendo direito legal sobre ele em virtude da idade do Afrânio e pelo regime do casamento que era de separação  parcial de bens e nada foi adquirido após a união, pelo contrário, ela e a nora gastara todo o dinheiro deixado no Banco, mas as duas gananciosas não de deixavam deter por essas trivialidades jurídicas, e confiavam, que na cama, com o homem certo, conseguiriam  que a pousada fosse transferida para o nome delas.

         Embora Elza mantivesse  um controle rígido sobre  o bens das  enteadas, mas como tinha dificuldades com a tecnologia,  passou a posse do cartão de crédito para a nora, e com ele, fez compras extravagantes,  justificando ser para a pousada, mas na verdade, eram luxos pessoais disfarçados.

A trama de nora não parava por aí. Ela sabia que as herdeiras legítimas   iriam completar a maioridade e iriam reclamar  a posse da herança. Foi então que Luísa concebeu um plano diabólico: convencer o advogado das herdeiras a aceitar um acordo. Um acordo que lhe renderia uma generosa quantia em troca de informações privilegiadas e documentos que poderiam agilizar a partilha da herança.

O advogado, um homem de ética questionável, viu na proposta de nora uma oportunidade para enriquecer rapidamente. Subornado com promessas de uma fatia considerável, ele concordou em colaborar, ignorando o fato de que estava jogando com a justiça e a moralidade.

No entanto, o destino é frequentemente um juiz implacável. Num dia ensolarado de outono, quando a nora aguardava ansiosamente a confirmação do acordo, a verdade veio à tona de maneira inesperada. O advogado, cuja ganância o cegara para as consequências, foi denunciado por um colega mais íntegro. As herdeiras, alertadas pela astúcia pelo advogado honesto,  que  descobriu o conluio, intervieram a tempo.

As herdeiras que sempre souberam  a verdadeira natureza da madrasta e sua nora, observavam com alegria e sensação de justiça, sogra, nora e o advogado  sendo  levados perante a justiça. As mulheres, cuja ganância e desonestidade eram tão profundas quanto  elas  próprias, estava agora desmascaradas e enfrentariam as consequências de seus atos.

Assim termina a história de da viúva Elza e sua nora, um conto de intrigas familiares e ambições desmedidas, onde a justiça, por fim, prevalece sobre os corações gananciosos que ousam desafiar os limites impostos pela honra e pela lei.

 

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