sábado, 20 de abril de 2024

Paralizada

                            Pergunte o que há dentro de mim que eu responderei de pronto – o vazio existencial - o vazio  corpo e da alma-   e não sei como explicar porque me sinto assim, que não consigo deixar adentar dentro de mim a beleza da vida, o carinho das pessoas e sabedoria divina.  Tudo está ao meu lado, o bem e o mal, o feio e o bonito, certo e o errado e eu sequer consigo analisar o que devo absorver ou excluir. A vida segue o seu curso natural e eu aqui, estagnada.  O mundo oferece tudo e eu, paralisada até os sonhos, que antes, fervilhavam dentro de mim desaparecem como as tempestades de verão. Sonhos  que antes   eram  contidos apenas pela procrastinação crônica, a minha única e velha amiga  desde a mais tenra idade, até eles eu não consegui reter. A sensação que tenho é que quando morrem os sonhos, não resta mais nada. O último vestígio de sentimento dentro de mim é o medo da morte, da solidão eterna, se  em vida, não consegui interagir com as pessoas, serei capaz de fazê-lo  depois de morta?  Conseguirei interagir com os espíritos solitários  que vagam de túmulo em túmulo em busca de luz ou de vingança?

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