terça-feira, 2 de abril de 2024

O fim de todos

                         

Como passar dos anos, percebo que a tristeza que sinto quando parte um parente ou conhecido para a terra dos pés juntos, o que me entristece não é a perda em si, mas a certeza que a fila está andando e minha vez há de chegar, e pode ser até mais rápido do que esperado. Acabo de saber que uma   moradora, de um condomínio em que reside acaba de falecer, enfarto fulminante, na orla da praia.

            Para os condóminos, será um alívio pois ela era proprietária de  dois aptos, residia em um e  alugava o outro  para complementar a renda e  não tinha planos de mudar pois gostava do local, e da praia, onde passava  todo o dia,  em companhia de sua cadelinha mimosa, que de mimosa não tinha nada, latia que nem uma desesperada, parecia que passava fome, porém, era  cuidada que nem uma rainha.

             A vizinhança e, principalmente o síndico, devem estar felizes com a passagem, claro que não irão admitir nem no pau de arara. A razão para tamanha felicidade consiste no fato de que ela era a  ‘mestra’ da intriga, calúnia e difamação. Eu, como já fui vítima da maledicência dela, nem ao enterro irei, só peço a Deus que receba a sua alma  e dê conforto aos familiares; com certeza, ela era importante para alguém e que o novo tutor da cadelinha, seja alguém responsável. Hoje foi ela e amanhã, quem será? Quero deixar claro que estou passando a minha vez. 

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