Era
uma vez uma menina ruiva que se chamava Rosalina, ela era filha de uma jovem
senhora, bonita e educada que se chamava Amanda. Sua mãe, sempre que precisava
sair de casa, usava uma sombrinha lilás para
proteger sua pele alva, dos raios ultravioletas que causam câncer de
pele e lá ia ela pelo caminho, cantando canções
ao vento. Nestes passeios, não havia diálogo entre mãe e filha. Em casa,
sim, conversava sobre os deveres de
mães, que são iguais em todos os lugares do mundo: - vai
escovar os dentes, arrume a sua cama, a
sua mochila. Quem pensa que as mães
somente dão ordem, estão enganados, elas também fazem perguntas: O que você aprendeu
hoje na escola? Brincou com as suas amigas? O Lanche estava gostoso e muito
mais.
O papai de Rosalina era um homem sério e de
poucas palavras. Ele usava um bigode estilo ferradura e dizia que era para dar
sorte. Ao entardecer, pai e filha sentavam-se
na varanda para apreciarem o retorno das aves ao ninho, e o pai, com uma voz
firme e ao mesmo tempo serena dizia:
- Nascer, crescer e morrer, é a lei da
vida! Mas um pai, nunca abandona uma
filha, nem mesmo quando morre, porque ele
continuará a viver no coração dela. Nada separa um pai de uma filha
porque eles são unidos com laços de sangue e de amor. Rosalina não entendia o
que o seu pai dizia, apenas desfrutava o momento.
Em
uma manhã de primavera, a pequena cidade acordou alvoroçada com
a chegada de um parque de
diversões. Rosalina gostou mesmo foi do sobe e desce da roda gigante. Protegida pelas mãos fortes do pai, ela
levantava os braços e gritava: Obrigada papai! Sou a criança mais feliz do
mundo! Passada a euforia da novidade, caiu em um sono profundo, em uma cama
quentinha e a diversão continuou em seus
sonhos infantis. Sonhou que o parque fora invadido por uma revoada de pássaros
de cores e cantos diferentes que
dançavam no ar, ao som de seus trinados e vez ou outra, pousavam em seu ombro e
lhe bicavam delicadamente na orelha o
que lhe causava cócegas e ela ria, ria, até quase desfalecer. Às vezes,
fechava os olhos e sentia a brisa fresca em seu rosto e desejava ter asas para voar como os pássaros e
poder pousar na copa da árvore mais alta
da cidade.
A
experiência com a roda gigante do parque de diversões, despertou na pequena, o amor pelas alturas e ela disse aos pais que deseja ser atleta, na modalidade salto com vara. O
pai ficou orgulho da coragem da filha e prometeu apoiá-la, já a mãe, ficou bastante preocupada, por acreditar que é uma
atividade perigosa, para uma menina tão pequena. O que Rosalina ainda não entendia é que as
mães sempre querem proteger os seus filhos de todos os perigos do mundo, pois
para as mães, os filhos sempre são: “os meus bebês.”
Um
raio de sol entrou pela fresta da janela e Rosalina despertou feliz e com fome. -Vou preparar o café da
manhã para mim e para os meus pais. Eles
também devem estar famintos, disse a
menina. - Eu também quero comer! A garotinha olhou em volta na direção que vinha voz, mas não viu ninguém. Pensou
que fosse sua imaginação, calçou os sapatos e caminhou em direção a porta. –
Espere, eu vou com você, disse o pequeno
duende. Quem é você e o que faz aqui, no meu quarto? Sou o duende
Mangaba, responsável pelo seu jardim e quero ensinar-lhe como cuidar
das plantas, não há flores faz tempo e
isto é muito triste, mas primeiro, quero um pedaço de maçã, nós, os duendes
gostamos muito desta fruta, é a nossa
preferida. Mangaba era sábio e tagarela, Falava e falava, a menina
anotava e anotava as informações.
A
noite chegou de mansinho e uma brisa morna invadiu o quarto de Rosalina, ela
não queria dormir, estava sem sono, mas os pais nunca entendem
isso, a hora de dormir é determinada por eles.
Para se distrair, pegou um livro de astronomia e ficou a admirar a
quantidade de estrelas no céu. –
Será em qual delas meus avós estão
morando e olhando para mim, lá de cima?
Ela sentia saudades deles! Sem perceber, os olhos foram se fechando e
ela adormeceu.
Espinhas!
É inegável que elas são um dos piores
pesadelos dos adolescentes e com Rosalina não foi diferente. Assim que elas
começaram a surgir em seu rosto, ela
ficava horas em frente ao espelho, e a vontade de espremê-las era tão
forte que chegava a sentir os dedos das mãos coçarem. A voz da mãe ecoava em
sua cabeça e ela resistia à tentação: -
Minha filha, deixe as espinhas em paz, não toque nelas para evitar cicatrizes; é da
idade e vão desaparecer naturalmente, daqui a alguns anos. Daqui a alguns anos é tempo demais, pensava a
jovem.
Quinze
anos! – Como o tempo passou rápido, outro dia, eu era uma criança, cujo melhor amigo era um duende
de jardim. Mangaba nunca mais apareceu e eu não tenho mais tempo
de cuidar das flores, tenho outras prioridades, como os estudos, as aulas de
dança, montaria e os treinos do salto com varas. Enquanto refletia sobre as mudanças naturais
da vida das pessoas, penteava os longos cabelos ruivos, iria usá-los
soltos, em sua festa de aniversário,
nada de penteados sofisticados. Neste
dia importante, não queria luxo, somente
se divertir com seus familiares e amigos, sob a proteção de seus
antepassados, que com certeza, de alguma estrela do céu,
a estariam observando orgulhos!
A
virada do ano na praia, com direito a
pular sete ondas, era o desejo de sua mãe, Rosalina desejava apenas desfrutar
do contato direto com a água salgada do mar, e no calor do verão, quando o
primeiro raio de sol beijos as ondas, lá estava ela, caminhando pela praia acreditando que a água do
mar levaria embora todas as dores e cansaço do ano. Estava feliz! Vez ou outra uma gaivota passava em voos
rasantes indiferentes à sua presença. Sentia-se livre e feliz. – A vida se renova a cada amanhecer! Renovada! Assim estou! Sorriu e seguiu o seu caminho com os cabelos ao vento.
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