Celita não
admite a sua idade nem mesmo para as amigas mais íntimas, porém, menos de 70
anos ela não pode ter porque faz muito tempo que aposentou e
desfruta dos benefícios
destinados aos idosos e, acredite, participou da fundação do PT, o que
aconteceu em 1980. Desde então, tornou-se uma
militante atuante, participando de todas as greves, de sua categoria ou
não, protestos, sempre em busca de seus
direitos, e supostamente, lutando para que todos usufruíssem, dos direitos trabalhistas, outorgados
pelo Governo Vargas e as reivindicações de mais alguns, de acordo com as necessidades
dos tempos moderno. É comum, em seu círculo de amizades, alguém dizer que ela é
um exemplo a ser seguido.
Os anos passam, a vida muda e surpresa: Celita
comprou um apartamento na planta, quase fez o corretor desistir da venda, em
virtude de sua minuciosa vistoria na
obra e na papelada obrigatória para a efetuação da compra e venda. Sempre
atenda aos seus direitos. Enfim, toda construção que começa, uma dia, acaba e
logo, ela já providenciou a sua mudança, sempre muito atenta, para que não fosse prejudicada em nada, e tão logo se
instituiu o grupo para administração do condomínio, ela
levantou a mão, expressando o seu desejo para fazer parte do conselho fiscal e
poder acompanhar tudo e não permitir
nenhum ato desonesto e prejudicial aos condôminos.
Para cortar
gastos, ficou acordo que não haveria portaria 24 horas e que o condomínio disporia
apenas de um funcionário, que se desdobraria na função de zelador e porteiro. E
assim foi feito. Contrataram uma senhora, com carteira registrada, de acordo com a Lei, porém, não com todos os
direitos trabalhistas. Sem vale refeição, apenas duas conduções diárias. No prédio,
no espaço destinado aos funcionários, sem água potável para saciar a sua sede,
sequer colocaram um
tradicional filtro de barro, ou seja, ela tem que levar água de casa. Desnecessário dizer
também, que sequer disponibilizaram um microondas para que ela
pudesse aquecer a sua marmita. E, quando
questionada, por outra moradora sobre
a dificuldade da funcionária, Celita
simplesmente respondeu – Ela que almoce em casa e traga o seu café, se sente
tanta falta dele,- ou seja, enquanto
trabalhadora, Celita exige que seus direitos sejam respeitados e na qualidade de empregadora, ela
os nega sem o menor escrúpulo. E é uma militante esquerdista desde a década
de1980. Ao saber do ocorrido, as amigas de longa data, chegaram a cogitar que
fosse fake news. Difícil de acreditar que uma
petista convicta, ignora os
direitos dos trabalhadores.
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