segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Amor finito

                           
          Para alguns jovens inexperientes, pode parecer algo impossível de acontecer, mas é  fato incontestável: o amor acaba e por várias razões. A  criança que devotava um profundo amor aos seus, porém,  no decorrer de sua vida, ouvia deles apenas palavras de ofensas e desvalorização de sua pessoa, lá pelos  trinta anos, apenas convive com eles por obrigação moral, caso seja uma pessoa religiosa e temente  a Deus ou se  depende financeiramente deles.  Em casos de filhos que não temem as leis divinas e  bem sucedidos profissionalmente,esquecem seus genitores, trilham outros caminhos e sequer levam os netos  para  desfrutar da companhia dos avós, não por temer represálias dos velhos, mas porque não consegue associá-los a  carinho e afeto e esperam ansiosamente a morte deles para apossar da herança, e na  falta dela, também almejam a partida deles o mais breve possível, temendo  gastos futuros com as doenças características da idade que possam  dilapidar o patrimônio  arduamente conquistado.
          Quem não pensou  que fosse morrer, com o término do primeiro amor, aquela paixão avassaladora, que o fez enfrentar os pais, afastar-se dos amigos, perder um ano escolar e de repente, em uma noite de lua cheia, ouviu-se da pessoa amada, é o fim do nosso amor, você é  uma pessoa maravilhosa, mas eu encontrei outra melhor do que você , e tenho certeza, que encontrará outra melhor do que eu. Nesta situação vale tudo, atirar pituca de  cigarro na rua, devorar  barras de chocolates, taças e taças de sorvetes, de vinhos e deixar-se dormir em uma mesa de bar. Fim de um amor é doloroso!
          São tantos os amores que se tem nesta vida e tantas as maneiras de terminá-los.  Ah! Os sonhos profissionais! Quantas pessoas, desde a adolescência sonharam com uma determinada profissão,  não puderam aproveitar a juventude porque os seus dias eram consumidos debruçados sobre os livros, estudando e estudando, para as provas do ensino fundamental, médio, para o vestibular e Enem, depois novamente as provas, nos cursos universitários, enfim, o primeiro emprego, na área que escolhera e dedicara anos de sua vida. Felicidade  plena, não somente pela independência financeira,  mas pela realização profissional, pelo prazer da conquista, pela expectativa de  mudar o mundo e  do convívio com pessoas inteligentes e amigas. Não são necessários mais de cinco anos, para que o incauto perceba que as mazelas da vida estão em todos os ambientes e classes sociais. Os assuntos  sempre giram em torno de  dinheiro, questões familiares, doenças e lazer. Muda-se o local e o valor,  mas a essência do assunto, não. Assim, um mundo tão arduamente  conquistado, devagar vai se tornando na mais tediosa rotina e o amor ao trabalho acaba, torna-se apenas uma obrigação necessária para viver em um sistema capitalista.      
          De todos os finais de amores, o mais triste é o fim do amor pela vida.  Quando se perde o amor à própria vida,  a esperança parte na velocidade da luz e a tristeza toma posse do coração da pessoa que perdeu a fé em Deus, na natureza, nas pessoas, assim, abre-se a porta  para tormenta.
          Tão certo quanto às estações do ano, amores nascem e morrem  constantemente, é como as  sementes quando  lançadas ao vento, podem  germinar em lugares incertos e inóspitos e também perecerem em terras férteis. Assim sempre foi e sempre será porque amor pleno e feliz, somente no paraíso bíblico, aqui na terra,  é a eterna busca pela felicidade  no prazer de amar e ser amado.

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