Rosalina
percorre as grandes redes de supermercados, mercadinhos de bairro, feiras
livres em busca de araticum, uma das grandes riquezas do cerrado, porém, seus olhos
apenas encontram, prioritariamente, as frutas que foram
introduzidas no país pelos colonizadores: maçã, pêra, uva, laranja entre outras
e nenhuma nativa do cerrado: amora
preta, araticum, ananás, bacupari,
buritici, murici, cagaita, cajuzinho do cerrado, gabiroba, gravatá, jatobá,
jenipapo, lobeira, mangaba, pequi, pitanga, pêra –do- cerrado entre outras
delicias de alto valor nutricional. Desiludida
retorna ao lar, sua tristeza não é apenas por não ter adquirido uma
fruta que fez parte de sua infância, mas, principalmente, pela certeza que o não
consumo dos frutos nativos pela população
urbana é uma perda cultural irreparável e, sinônimo de
desmatamento, seja para pastagens ou
monocultura.
Gritar
algo mundo, que é preciso preservar a
biodiversidade brasileira é necessário e importante, mas não é o suficiente, é preciso atitude
individual, de cada cidadão brasileiro. Consumir um fruto do cerrado é mais do
que desfrutar de um sabor peculiar: é ajudar a preservar o bioma e toda a riqueza de sua fauna e flora.
É contribuir com a geração de renda das
populações rurais que farão a coleta dos frutos. É ajudar a preservar a caixa d’água
do Brasil, por que o cerrado é berço de inúmeras nascentes.
A
escola e os meios de comunicação não
incentivam a inclusão dos frutos do cerrado na alimentação diária. As famílias,
onde se formam os hábitos alimentares,
parece que esqueceram o que um dia aprenderam que uma pequena atitude
individual e diária, se torna grande,
quando juntas. Por acreditar nessa premissa, Roslina continua a sua luta diária, postando em sua redes sociais,
receitas com frutos do cerrado, perguntando aos feirantes, e quando
encontra, faz questão de oferecer às pessoas próximas, talvez ela não possa ver
o resultado de sua luta, mas quem sabe num futuro próximo, o sabor peculiar do araticum possa ser
apreciado pelas crianças, em creches, e em todo o país.
Deixe o seu comentário sobre a fruta
do cerrado de sua preferência .
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