As estações do ano: Verão, outono, inverno e primavera são quatro subdivisões climáticas com características particulares e
definidas pela natureza, porém, diferentes em cada hemisfério, o post
trata-se do sul. A sociedade também utiliza critérios para
definir as classes sociais de acordo
com a sua renda per capita. Uma pirâmide de renda apresentada pelo DataFolha em 2013,
mostrou que 66% das famílias brasileiras
recebem apenas R$2.034,00, ou seja, o Brasil é um país pobre e que não tem
condições para usufruir de 100% de conforto durante as peculiaridade de cada época, apesar de todos os avanços tecnológicos.
No Brasil, o verão tem início em dezembro e finda em março; os
dias são longos e as noites
curtas, ambos quentes. É a época
dos temporais fortes e rápidos que normalmente
causam grande inundações e em
algumas regiões há grande incidência de raios. Estação propícia para o rico veranear e o pobre sentir-se pagando os seus pecados no inferno terrestre; em virtude das características
de suas residências, cujos materiais de
construção são da marca MB, ou seja, o mais barato, o interior é quente e
ele não
tem ar-condicionado e o
ventilador comprado, na promoção de
inverno do ano passado, não pode ser ligado porque o arrimo da família não dispõe de recursos
para bancar este luxo. No ápice da quentura típica do final de tarde, o filho
acalorado avisa: Vou tomar outro banho e já houve um sonoro não. Desesperado argumenta: - mãe desligamos o chuveiro, uma
coisa compensa a outra. E a conta de água. Como iremos pagar? Assim, o
rebento não vê outra alternativa a não ser
deixar o suor escorrer generosamente pelo seu corpo.
Enfim, o outono, neste período de transição entre verão e inverno,
de março a junho, os dias são mais
frescos, tudo parece bem, mas é a época das colheitas e há uma gama de produtos
hortifrutigranjeiros em
supermercados, e puxando a barra da
saia, as crianças, ávidas por experimentarem novos sabores, apontam os
produtos e com água
na boca imploram à mãe que os compre. Invariavelmente ouvem a mesma
resposta, que já saí automática dos lábios maternos: - Vamos comprar
somente o que está
em promoção.
E o martírio do pobre continua no
inverno, de julho a setembro. Mesmo aquela família que conseguiu comprar um
aquecedor usado ou ganhou o estragado da patroa e o marido consertou, não pode ligá-lo, já que é
um aparelho com alto consumo de energia. Então, se vê obrigada a se proteger do
frio apenas com o já surrado cobertor e, ao se recolher para o sono dos justos,
em vez de um chocolate quente ou uma nutritiva sopa de legumes, apenas um copo de água com açúcar e bolachas água e
sal , precisam economizar gás. A exceção
somente para os doentes, que tomam o tradicional chá de alho, já que é uma época
propícia para vírus e bactérias buscarem refúgio no corpo humano, e como as
passagens de ônibus urbanos são caras, não
se pode dar ao luxo de ir ao pronto socorro por uma gripe qualquer.
Com felicidade o pobre recebe a primavera, suas cores,
flores e promessas de alegria. Neste período de transição, entre inverno e verão,
as temperaturas são amenas, mas nem por isso a vida do pobre fica mais fácil, já
que não pode desfrutar de toda essa beleza, porque ela não está ao alcance de
seus olhos. Com o findar do ano, os adultos enxergam somente as contas que estão por vir: IPTU,
matricula dos filhos, material escolar e a lista dos intermináveis pedidos de presentes
de natal. Os jovens estudantes, apavorados com a possibilidade de recuperação ou uma reprovação. Com a instabilidade
emocional, não conseguem apreciar toda a magia da primavera. Assim, como as estações do ano, a vida de 66% da população brasileira
segue o seu curso natural desde o início dos tempos porque não dispõe de
recursos para usufruir de todo o conforto
oriundo dos avanços tecnológicos.
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