segunda-feira, 3 de março de 2025

A Dor da Solidão na Busca por Amizade

 

A vida nem sempre segue nossos desejos. Ao organizar um evento com o único objetivo de reunir mulheres da mesma idade para formar um grupo de amizades e amenizar a solidão da velhice, percebi os desafios da vida. Quando finalmente consegui um espaço, algumas convidadas e o dinheiro para o café, meu padrinho, pai de três convidadas, faleceu.

A dor da perda é ainda mais intensa, pois sua morte deixou uma marca indelével no mês do meu aniversário, tornando difícil confraternizar com os primos nessa data. A solidão se tornou minha companheira constante, e os poucos anos de vida restantes parecem agora um fardo ainda mais pesado. Com a partida de meu padrinho, sinto que o mundo ao meu redor está desmoronando e a solidão só aumenta.

Após o enterro, precisarei falar com o rapaz que cedeu o espaço para o evento e contatar as demais convidadas para marcar uma nova data. No entanto, a sensação de desamparo e abandono é esmagadora. Será que a solidão será minha companheira para o resto da vida? Quero apenas estar com alguém e ter alguns momentos em minha vida sem pensar que, ao tentar vencer, deixei de viver. Viver é relacionar-se, mas agora parece impossível.

Preciso terminar este texto e me arrumar para o velório, mas a dor é avassaladora. Com a partida de meu padrinho, percebo que nada mais prende os primos aqui. Cada um seguirá seu caminho em busca do afeto dos netos e bisnetos, enquanto eu, que não consegui gerar uma vida, me sinto seca e vazia. Continuarei à procura dos gravetos da amizade, na esperança de encontrar algum consolo em meio à imensa solidão que me cerca.

 

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