terça-feira, 12 de novembro de 2024

O Guardião do Crepúsculo: Uma Amizade Inesperada

 

Pelos encantados e misteriosos caminhos de Minas, deparei-me com um simpático sapo, desses que parecem saídos das histórias antigas, onde animais e homens se entendem em silêncios e gestos. Imediatamente, uma ideia peculiar me ocorreu: por que não contratá-lo como um aliado natural, capaz de combater as pequenas pragas que insistem em perturbar a tranquilidade de minha casa? Afinal, no requintado cardápio deste pequeno guardião habitam aranhas, besouros, gafanhotos, pernilongos, moscas, formigas… Dizem que um sapo adulto é capaz de devorar, num só dia, o equivalente a três xícaras cheias de moscas.

E o mais extraordinário de tudo é a proteção que carrega consigo: a pele desse simpático anfíbio exala substâncias que o guardam de bactérias e fungos, o que torna a convivência com ele mais segura do que com os amáveis cães ou gatos. Em minha mente já começo a visualizar este novo companheiro como um funcionário dedicado, o sapo de olhos serenos e hábitos noturnos, velando pelo bem-estar de meu lar.

Entretanto, duas dúvidas me tomam o coração: primeiramente, no equilíbrio da natureza, sei que o sapo é a presa da serpente. Temo, com isso, que sua presença venha a atrair as peçonhentas para perto de minha morada, trazendo um risco inesperado. E, quando meu amigo tiver concluído sua missão de livrar-me das pragas, o que farei? Como alimentarei aquele que, em sua lealdade e simplicidade, terá conquistado minha estima? Imagino que, com o tempo, a convivência estreite nossos laços e, ao final, não serei capaz de “demiti-lo”, pois nossa amizade será mais forte do que qualquer contrato.

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