O que pode ser
mais triste do que a sina dos trabalhadores do Brasil, quando vão reivindicar
o suado direito da aposentadoria? A resposta mais plausível é a fila do desemprego. Sim! Estes dois fantasmas persistentes,
rondam os brasileiros desde a adolescência.
Quando não é um, é o outro tocando o terror. Muitos entregam a sua alma cansada
ao criador, sem terem usufruído do
benefício de retirar mensalmente de sua conta, seu minguado recurso, que
mal dá para os remédios para amenizar os
sintomas das doenças psicossomáticas, adquiras em virtude do desgaste emocional
na luta para vencer a burocracia e
morosidade do INSS, para a concessão do direito adquirido com muito suor, e, ao
que tudo indica, com Diana não será diferente!
Diana começou
a trabalhar aos 18 anos de idade, recebendo um terço do salário mínimo, sem
registro em carteira, com uma jornada de
oito horas diária, seis dias por semana. Ficou nesta vida durante dois
anos. Enfrentou dois de busca contínua
por uma ocupação e, finalmente,
encontrou a oportunidade que merecia! Um salário mínimo, jornada
quarenta e oito horas semanais, registro em carteira, e contribuição previdenciária,
mas sua alegria durou apenas dois a anos e, mais uma vez, se viu
trabalhando sem pagamento digno e benefícios garantidos por
lei. Mas não desistiu da luta!
Após dois
longos e humilhantes anos, começou a
trabalhar em uma empresa que valoriza os funcionários, foi um período de abundância,
porém, Diana não soube dar valor e
abdicou de todos os benefícios e segurança para investir em uma carreira que,
ingenuamente, acreditava que lhe traria
realização profissional. Foi o começo de seu fim! Nesta nova jornada, sofreu continuamente assédio
moral e outros dissabores. Viu minguando dia-a-dia o seu entusiasmo
profissional e a sua alegria de viver e, quando acreditava, que finalmente, seu
martírio chegara ao fim, teve início outro, a dura e longa jornada para
conseguir se aposentar e se ver livre de uma vez do inferno que é o seu
trabalho.
Lá se vão sete
anos e Diana na luta para cumprir a
carta de exigência do INSS. O desgaste
emocional e financeiro é tamanho que Diana desenvolveu doenças psicossomáticas
e teme não resistir por muito tempo e partir antes de poder finalmente viver tranquilamente, sem
ter que acordar às cinco horas da manhã, com sol ou chuva, calor ou frio. Seus
sonhos são tão pequenos! Acordar sem despertador, não ter que enfrentar ônibus lotado. Aos 65 anos de idade, após 47
de trabalho, ela merece descanso!
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