Os jovens das décadas de 1960,1970 e 1980, acreditavam que sofriam uma repressão violenta porque quando organizavam um baile na escola, com o objetivo de angariar fundos para a tradicional viagem de final de ano, tinham que seguir determinadas regras:
I-Autorização do diretor e apoio do professor padrinho da turma;
II- Autorização dos pais;
III- Em cidades pequenas, em que não havia Batalhão da Polícia Militar, solicitar autorização ao delegado, era de praxe, este, enviava, no mínimo, dois policiais, que eram os primeiros a chegarem e os últimas a sairem.
Menores de vinte e um anos, eram de fato, proibidos de ingerirem bebidas alcoólicas e, ao menor desentendimento, convidados terminavam a noite em uma cela da Delegacia até que os pais notassem a falta do rebento e fosse buscá-lo, porque naqueles tempos, celular não existia e telefone fixo, era privilégio de poucos, assim, o transgressor não podia fazer uso de seu direito de dar um telefonema. Era simples assim!
No final da década de 1980, a transição do Regime Militar para o Democrático, trouxe a falsa ilusão de liberdade individual, do direito de ir e vir do cidadão brasileiro, porém, a realidade é outra. Quando os filhos não chegam em casa, no horário combinado, os pais vão a Delegacia, não mais para buscá-los, mas para registrar queixa de seu desaparecimento e, muitas vezes, jamais são encontrados, outros, com um pouco mais de sorte, são convidados a irem ao IML, fazerem reconhecimento do corpo. Alguns privilegiados, dirigem-se ao hospital para acompanhar o tratamento e autorizar cirurgias e demais procedimentos médicos, como os que Isabel foi submetida.
Com dezoito anos completos, Izabel foi convidada para a uma festa de aniversário de umas amigas., na qual, o convite era indispensável e, bem claro, "só para convidados" As aniversariantes alugaramm um salão de eventos, na periferia da cidade, por ser mais barato. Espaço simples, com a documentação em dia, segurança e brigada de incêndio. Por volta da meia-noite, quando a maioria dos convidados estavam chegando, apareceram quatro penetras, que insistiam em adentrar. Ao receber o "não", dos seguranças, sacaram e descarregaram suas armas, ferindo o segurança e mais três pessoas. Izabel foi uma das vítimas das balas perdidas. Ferida no joelho, teve sua perna direita amputada entre outras sequelas. Ela queria apenas comemorar, divertir!
E os responsáveis por esta tragédia? Estão soltos, cometendo outras atrocidades e a população de bem, aterrorizada em suas casas. Onde está a justiça social? E os Direitos Humanos das famílias honradas, trabalhadoras?
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