Lágrimas de desespero, inércia e medo de arriscar diante de uma nova oportunidade são as marcas de minha trajetória profissional e pessoal. Diferente
de muitas pessoas que nasceram em um beco
sem vida, sem esperança e fé, eu vim ao mundo em uma família estruturada,
possuidora de bens imóveis e que me
permitiram estudar até o segundo grau em uma boa escola, porém, não enxergar o horizonte e não esforçar para alcançá-lo,
deixar o desespero ser maior do que a vontade foi culpa minha, somente minha;
eu tinha as armas e não lutei e pior, fiz o que é característica marcante dos
fracassados e incompetentes: culpei os outros à minha volta.
Inúmeras noites passei em claro chorando e ruminando a minha falta de sorte, quando na verdade, eu
que não conseguia agarrar as oportunidades quando elas batiam à minha porta. Eu tive a oportunidade de ser uma
profissional poliglota, paguei inúmeros cursos
de línguas, e é desnecessário dizer que
não frequentei nenhum, que tenho em minha
estante, mais de 400 livros, referente a minha formação profissional, e
nunca me dispus a estudá-los, sequer li
a orelha para ver do que se tratava. O valor gasto em compras de livros que estão
há mais de 50 anos acumulando ácaro e poeira, daria para eu ter realizado o
sonho de minha vida de fazer um cruzeiro internacional.
Existem pessoas que nascem e crescem em um beco sem saída e conseguem
romper o muro sair, crescer, semear, florescer, colher os frutos de seus
esforços, eu fiz pior, além de não
conseguir vencer, consegui estacionar no
lugar em que meus pais me deixaram e aceitei como uma sentença perpétua o meu
lugar de incompetente e não fiz sequer o básico para dar o primeiro passo e avançar um centímetro
e na inércia reside
a diferença discrepante entre o vencedor e o fracassado. Eu acostumei
com o mínimo, em ser humilhada no trabalho por não prestar um serviço de
qualidade, acomodar-se também é uma
maneira de desistir, e eu desisti de mim mesma, não sei em qual momento
de minha, eu esqueci a coragem, o esforço, a determinação e persistência!
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