Desde o momento em que o homem levantou a cabeça à noite e
olhou para céu ele se apaixonou pela lua e suas fases, e
empiricamente, atribuiu significados a todas elas. Para os apaixonados, a
lua cheia inspira amor e romantismo. Para as mulheres supersticiosas,
cortar o cabelo na lua crescente, é o ideal para que ele cresça rápido e na lua
nova, a fase ideal para iniciar novos projetos. Os povos pataxós, da Bahia,
acreditam que ela traz força, assim, as mulheres com bebês, aproveitam
para suplicar à lua nova que dê força nas pernas de seus filhos
para ele andar com segurança. Também é a fase ideal para tirar
madeira, plantar e caçar.
Na lua quarto crescente, eles acreditam que não é tempo ideal para plantar e
pescar, somente pegar mariscos, porém, é o momento de cortar os cabelos,
as unhas de medir na bananeira e, aquelas mães que estão preocupadas com lento
crescimento dos filhos, fazem simpatias, na esperança de que cresçam logo
e se transformam e valentes guerreiros e exímios caçadores, mas não é bom
momento para produzir remédios. Durante a lua crescente, é bom podar as
plantas, principalmente as que estão estagnadas. Também é o momento de
fechar as armadilhas das matas e rios.
Quando o ciclo fases da lua se fecha, ela está na fase cheia, um esplendor de
beleza e magia no céu, é tempo de fartura e alegria, de rezar, cantar e dançar
e caçar marisco. Não é momento para trabalhar com barro porque o
ele racha. Durante esta fase, tanto o corpo humano como as árvores,
ficam cheios de água. As mulheres mais velhas sabem, que as crianças
nascidas nesta fase são mais fortes e as dores do parto mais
aceleradas.
A fase ideal para pedir para suplicar à lua que mande embora as mazelas
da vida, é a fase quarto minguante. Também é o momento propício para fazer
simpatias para curar as doenças, de pescar e caçar, mas não se deve podar
plantas e, menos ainda, cortar o cabelo, mas é bom para plantar, cortar madeira
para artesanato, colher plantas para a produção de remédios. Nesta fase, as
mulheres mais velhas sabem bem que as dores do parto são lentas. Assim os
pataxós vêem à lua; triste é que as crianças urbanas estão privadas
desta experiência de integração com o universo e nem sabem que a
linha que separa o conhecimento empírico do científico é tênue.
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