Tem coisas que sempre existiram
desde que o mundo é mundo, e tem coisas que não há como mudar, por mais que o homem
tente intervir na criação divina e uma delas é a carestia em casa de pobre. No outono é a época da grande safra da
natureza, mas o citadino está distante dela e o roceiro não sabe
apreciar a riqueza de seus frutos. No inverno, o frio chega para todos, os dias ficam menores
e as noites mais longas e o corpo sofre
com a temperatura . Na primavera, chuvas esparsas, a beleza das flores e alegria dos pássaros invade os prados, porém, os casebres continuam sombrios. No verão,
férias, praia e mar convidam, mas a carteira continua vazia, o trabalho pesado, porém, a carestia continua em casa de pobre.
Passam-se os anos,
mudam-se as leis, os governos, a tecnologia avança, o homem desbrava o
espaço, novas religiões surgem, novos cursos universitários, mas a carestia
continua fincada na casa do pobre.
A ciência pode provar
que o sol não emite calor, que a água do mar não é salgada e que a lua tem
brilho próprio, porém ela será incapaz
de negar a carestia da casa do
pobre.
Nem mesmo a criação de
programas sociais como cotas universitárias, Fies, Prouni, bolsa família, minha casa minha vida, nada disso será capaz de expulsar a carestia da casa do pobre.
Existem aqueles que
acreditam em meritocracia, reencarnação, em carma a ser cumprido, maldição,
sina, castigo de Deus e existem aqueles
que apenas creem na perenidade da carestia em casa de pobre.
Enquanto alimentos são
desperdiçados durante o transporte, em
suntuosos banquetes nas mansões dos milionários, a carestia segue firme na casa do pobre.
A ciência avança,
as igrejas, escolas e famílias
abastadas procuram adequar-se aos novos tempos e a carestia continua despreocupada nas casas dos
pobres.
O universo segue o seu
ritmo indiferente ao desejo do homem de desbravá-lo e dominá-lo igualzinho a
carestia em casa de pobre porque assim sempre foi e assim sempre será, apesar
dos inflamados discursos durante as campanhas eleitorais.
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