Em 1962 foi criada a sandália havaiana, cujo nome foi emprestado do. Havaí. O modelo foi inspirado nos “zori” japoneses, tradicionais
chinelos de dedos , feitos de palha de arroz e a textura
característica da sandália havaiana teve como fonte de inspiração o grão de arroz. Por ser um
produto bom e barato, caiu no gosto popular
e não há um brasileiro que não
tenha um par, é como uma tradição de família, é preciso ter
o seu par de havaianas para se sentir um brasileiro completo, afinal, legítima,
só as havaianas,
Um par de sandálias havaianas sempre é
um presente que agrada em todas as idades e camadas sociais. A quem duvide que
os ricos não costumam usá-las mas não é verdade, na hora do banho, piscina, praia, cada um
desfruta do prazer de usar o seu par. Para o povo, ela é companheira inseparável,
no trabalho e no lazer. A infeliz e
insatisfeita professora Dulce ganhou o
seu par e personalizada com o nome da
escola.
Sendo havaianas, símbolo de qualidade,
não jogou fora, nem repassou o presente, porém,
o belo par de sandálias ficou por anos, esquecidas na sapateira. Com a
sonhada aposentadoria, Dulce abandonou a sua cidade natal e mudou-se para um
minúsculo apto na orla da praia, pequeno sim,
mas com a vista para o mar o que lhe foi de grande valia, o marulho pos fim a sua insônia crônica, - o som das ondas é o melhor tarja preta, costuma dizer. Todas as tardes, ela sai para o
seu banho de mar com o seu maiô vermelho e , nos pés, as havaianas.
Em uma linda tarde de primavera,
caminhava ela distraidamente, observado o céu
que lentamente, ia se colorindo, e não percebeu quando deixou cair nas
ondas do mar, o seu presente do dia dos
professores: o par de sandálias havaianas, o último elo com o seu doloroso
passado no magistério. Quando deu pela
perca, ergueu a cabeça e seguiu
descalça até o seu apto, feliz por ter entregue ao mar o último vestígio
do trabalho que lhe matou lentamente, lecionou apenas porque precisava do
dinheiro ao final do mês. Em seu coração, cheio de dor e humilhações sofridas
no exercício da função, guardou espaço
para gratidão ao estado por não
ter preconceito e empregar a todos que passam com boas notas em concursos. Já idosa,
agora, com o seu novo par de sandálias havaianas, ela observa as ondas do mar e, mentalmente envia o meu
pedido secreto: Oh! Mar traga-me um
grande amor!
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