Julho, mês de silêncios doces e tardes que parecem não terminar, vai se despedindo devagar, como quem sabe que deixou marcas sutis. O frio fez morada no peito da casa, as xícaras fumegaram confidências, e as mantas guardaram segredos nos pés da cama. Foi um mês de recolhimento, de ouvir o tempo passar pelos galhos secos e confiar que a raiz ainda pulsa, mesmo quando nada floresce à vista.
Obrigada, julho, pelos abraços que demoraram um pouco mais, pelo cheiro de bolo no forno, pelas memórias que vieram visitar à mesa do café. Obrigada pelos dias curtos que ensinaram a importância de cada raio de sol. Por nos lembrar que o calor também vive na lembrança.
E então chega agosto, com sua alma de vento e promessas. O mês que carrega no peito a figura do pai — essa fortaleza silenciosa que nem sempre sabe dizer o amor, mas que constrói caminhos com as próprias mãos.
Agosto é o tempo dos que sustentam — os que não fogem do peso, os que enfrentam a vida como quem segura o teto do mundo para que os outros possam dormir em paz. É tempo de honrar aqueles que amam em silêncio, que protegem mesmo quando a voz falha, que ensinam a firmeza mesmo com o olhar cansado. Pais de sangue, de alma ou de caminhada.
Que venha agosto, com seus dias compridos e seu céu aberto, trazendo a coragem dos que não desistem. Que nos inspire a levantar com mais firmeza, a abraçar com mais intenção, e a agradecer com mais constância.
Porque agosto não é só o mês dos pais. É o mês da força que sustenta, do amor que constrói, da presença que acalma.
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