No compasso da gaita e na firmeza do violão, Gildinho fez ecoar pelos campos e serras a alma do povo gaúcho. Do Sul ao Sudeste, suas canções atravessaram fronteiras, levando consigo a essência de um povo guapo, forjado no calor dos galpões e nas frias madrugadas de mate e prosa.
Para nós, do Sudeste, suas melodias foram como vento minuano que sopra forte, trazendo o cheiro da terra molhada e o som dos cascos que riscam o chão. Gildinho não apenas cantou o Rio Grande do Sul — ele o apresentou ao Brasil com respeito, orgulho e verdade.
Os Monarcas, sob seu comando, tornaram-se ponte entre culturas, nos ensinando a valorizar o trote cadenciado de um cavalo crioulo, a dança leve da chula e a poesia das milongas. Cada acorde, cada verso, foi uma janela aberta para a beleza rude e sincera do pampa.
Hoje, o silêncio de sua gaita deixa saudade, mas a gratidão ecoa mais alto. Obrigado, Gildinho, por semear no coração de cada brasileiro o amor pela tradição gaúcha. Seu legado permanece, vibrante como um fandango de galpão, eterno como a história que você ajudou a construir.
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