Hoje é
primeiro de novembro de 2022 e está chovendo. Uma chuva fina e constante já faz
para mais de 20 horas. Graças a Deus, estou quentinha dentro de casa e o
melhor, de barriga cheia, enquanto tantos estão famintos dormindo nas ruas
geladas; como desfrutar desta benção com a consciência em paz? Admito: no momento,
só tenho a agradecer. O dinheiro está
contato, mas tenho o básico. No
aconchego do meu lar, fico a observar a euforia das pessoas. O Brasil está
divido: à esquerda, temos a turma do vermelho, que acredita cegamente na
narrativa construída para conseguir
seguidores fiéis que não percebam
a discrepância entre o discurso e a realidade à sua volta; do lado
direito, está o verde/amarelo que acredita no resgate dos
valores universais e na religiosidade, na liberdade de expressão e na economia. Enfrentando as intempéries, o os verde/amarelo foram as ruas em apoio ao “Mito” o presidente derrotado. Eu já viví momentos
semelhantes e não acredito em um futuro próspero à curto prazo e menos ainda em
um “Salvador da Pátria”, principalmente quando este já teve a oportunidade de mostrar serviço, e não fez,
preferiu encher os bolsos.
Embora eu era
ainda uma criança, tenho em minha mente,
a preocupação das famílias em 1964, elas
não sabiam ao certo o que estava acontecendo, os meios de comunicação eram precários e as notícias demoravam a
chegar. Eu participei nas ruas do “Diretas Já” e acreditei em uma melhoria na qualidade de vida do pobre. Eu
pintei a cara de verdade amarelo e fui a
rua pedir o impeachment de dois presidentes da
República e presenciei tentativas de assassinato de um candidato e sabe o que aconteceu? O pobre ficando cada
dia mais pobre e o rico, cada dia mais rico. Esta euforia toda não vai dar em
nada, a esperança desaparecerá no ar feito fumaça e a carestia e os impostos continuarão assolando a vida de trabalhador.
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