O
inverno chegou! Somente alguns segmentos
da sociedade ficarão felizes, como a indústria da moda que assim que a temperatura começa a
baixar, retiram do depósito as sobras do ano anterior e para limpar estoque velho, fazem promoções
com o objetivo de abrir espaço para as novas coleções, e claro, aumentar os
lucros sempre. Fabricantes de aquecedores, cobertores também comemoram o aumento das vendas. Porém, a maioria da população
deseja o fim da estação porque o corpo
pede uma alimentação mais pesada e quente, mais agasalhos. As despesas aumentam
e não existe um salário extra de
inverno, a única alternativa é se virar
com o que tem e acostumar-se com os
lamentos do estomago a pedir sempre mais alimento a movimentar o corpo na
tentativa de aquecer-se.
Os moradores de rua sofrem mais com a
ferocidade do inverno. Deitados nas
calçadas, com os seus fiéis cachorros, alguns privilegiados possuem colchões,
outros apenas ralos cobertores e há aqueles que somente dispõem de papelões
para os proteger do frio do cimento e
das impiedosas rajadas de ventos do sul. Nesta situação, o alimento não é prioridade, mas o calor do sol, mal ele
aponta no horizonte, recolhem seus pertences e ficam parados, recebendo os gêneros
raios solares, como se fossem carinhos
de mãe. Com os ossos já aquecidos,
começam uma nova luta, a de procurar
alimento. A refeição matinal depende da caridade alheia e do desperdício das
pessoas, e revirar os lixos é preciso para
matar a fome e nesta triste caminhada, se expõe ao sol, na vã tentativa de reter, no corpo, o
calor do astro rei para conseguirem sobreviver às madrugadas geladas.
Observar a miséria alheia para algumas pessoas é um momento de agradecimento a Deus pelo
trabalho, saúde, moradia, família, amigos, já para outros, é uma oportunidade para exercer
um dos preceitos bíblicos, “caridade”
de ajuda aos pobres, seja com um pedaço de pão, agasalho, orientação ou palavras de conforto e para outros grupos, são apenas
um empecilho em seu caminho. É difícil saber como um ser humano chega a perder tudo e viver como um cachorro sem
dono pelas ruas, sentir suas dores, mais ainda, mas com vontade política e cooperação dos
munícipes é possível melhorar a condição
de vida destes filhos de Deus, tão necessidades. Sejam quais foram seus erros,
eles merecem uma chance para resgatar a sua humanidade.
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