Levei sete décadas para perceber
que eu ansiei por uma vida que não minha
pertencia e sim, a minha mãe. Ela ansiou por uma vida diferente, com glamour e
cultura e eu, por ingenuidade ou carência afetiva, absorvi o seu sonho frustrado e
saí em busca do que eu não queria, pois de fato, eu sempre quis o amor de mãe, e este nunca tive, e a última
vez que nos vimos, lembro-me que ela me chamou de falsa, quando a minha
essência, é harmonizar as relações. Abdiquei da maternidade e agora estou só,
completamente só, sem ter dado a minha
contribuição para a perpetuação da espécie humana. Nada é mais triste do
que a certeza, que a tua vida, terminará,
definitivamente, no dia de sua morte, que não viverei até a minha sétima geração.
Pesquisadores chamam a atenção para a liquidez das relações
da atualidade, quando nada é feito para durar, e, em busca de sucesso, não
investi em relacionamentos sólidos e, hoje, posso dizer com segurança, que todas as minhas relações são frágeis, não
duram além do interesse do momento, tirar vantagem um do outro. Hoje, domingo
de Páscoa, não recebi uma mensagem de feliz
páscoa, direcionada a mim, as de grupo de trabalho não contam pois são
da turma dos puxa saco, que sequer vão à igreja.
A facilidade de contatar
pessoas pelas redes sociais, distanciou a comunicação sincera e fragilizou as
pessoas, que não conseguem mais lidar com as dificuldades naturais da convivência diária, deletar é
mais fácil, porém, os amigos virtuais, não preencher o vazio interior porque somos seres grupais,
precisamos uns dos outros. Solidariedade agora virou serventia! Quando uma
pessoa não satisfaz os interesses egocêntricos, simplesmente substituímos por outras nos
mesmos moldes, que descartaremos logo
.
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