Para amenizar o tédio do isolamento social decorrente da pandemia que teima em não ir embora, Rosalina decidiu participar de concursos literários com inscrições gratuitas porque ela tem ciência que não é uma boa escritora e que não vale a pena investir o seu suado dinheiro em algo que não lhe trará retorno financeiro; não é segredo para ninguém que este papo de “o que importa é a realização pessoal” é conversa de rico, para o pobre, o que importa realmente é o dinheiro na mão e as contas pagas.
Sem pretensão de ser premiada,
enviou um texto para um concurso em
Portugal e com alegria, leu o e-mail da equipe organizadora, comunicando-lhe
que o seu trabalho fora aceito, e será submetido a comissão de jurados e que
todos os participantes aprovados receberão
um certificado de participação. Para
quem sempre ouviu de seus familiares que era uma incompetente, que não sabia fazer nada direito, que não
tinha capacidade intelectual é sim, uma grande vitória e merece ser comemorada.
Sim, Rosalina já é uma vencedora porque
ignorou as críticas das pessoas próximas,
enfrentou traumas antigos e arriscou
em algo novo, mesmo que não
receba a premiação em dinheiro, nem a menção honrosa, ela já venceu medos e deve ostentar com orgulho o seu
diploma de participação.
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