quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Palmas para Rosalina

               Para  amenizar o tédio do isolamento social decorrente da pandemia que teima em não ir embora,  Rosalina decidiu participar de concursos literários com inscrições gratuitas porque ela tem ciência  que não é uma boa escritora e  que não vale a pena  investir o seu suado dinheiro  em algo que não lhe trará retorno financeiro; não é segredo para ninguém que este papo de  “o que importa é a realização pessoal”  é conversa de rico, para o pobre, o que importa realmente é o dinheiro  na mão e as contas pagas.

            Sem pretensão de ser premiada, enviou um texto para um concurso  em Portugal e com alegria, leu o e-mail da equipe organizadora, comunicando-lhe que o seu trabalho fora aceito, e será submetido a comissão de jurados e que todos os participantes aprovados receberão   um certificado de  participação. Para quem sempre ouviu de seus familiares que era uma incompetente,  que não sabia fazer nada direito, que não tinha capacidade intelectual é sim, uma grande vitória e merece ser comemorada.  Sim, Rosalina já é uma vencedora porque ignorou as críticas das pessoas próximas,  enfrentou traumas antigos e arriscou  em algo novo, mesmo que não  receba a premiação em dinheiro, nem a menção honrosa, ela já venceu  medos e deve ostentar com orgulho o seu diploma de participação.

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