17 de abril de 2022, Domingo de Páscoa! O dia amanheceu nublado, temperatura 24º celsius, com uma sensação térmica bem mais baixa e a umidade relativa do ar está em 73%. Estou só e sinto frio, medo e a incerteza permeia este meu dia que pela minha crença religiosa deveria ser de celebração da ressureição de Cristo, o Salvador; tenho motivos para estar triste e insegura: Falta-me dinheiro para comprar os tradicionais e caros ovos de páscoa e alguma coisa diferente para o almoço, porém, o motivo maior de minha tristeza não é a carestia crônica, mas o medo e a incerteza que rondam meus dias atualmente.
Meu marido encontra-se internado em um hospital público, com atendimento precário e temo pela sua vida porque ninguém morre porque quebrou os ossos das duas pernas mas por infecção hospital e é sabido que os profissionais da saúde não são adeptos do mais simples e eficaz protocolo de higiene hospitalar: lavar as mão, Faz dois meses que ele se encontra em um leito de enfermaria esperando uma vaga para as cirurgias e olha que acontece de tudo para postergar o procedimento: um dia, porque falta material cirúrgico, no outro, falta médico anestesista, em outro, falta a enfermeira instrumentista e por aí afora, o tempo passando, a saúde minando e a esperança de voltar a andar desaparecendo como as nuvens de chuva no céu do deserto de Atacama.
Nesta Páscoa, o que tenho a pedir ao Cristo Ressuscitado é que lhe a resistência necessária para vencer as bactérias, fungos, vírus e negligências hospitalares e que volte a andar o mais rápido possível para que seja libertado da dependência dos outros até para cuidar de suas necessidades fisiológicas. Que esta seja a Páscoa da passagem da impotência para a potência, do sofrimento para a alegria, da dependência para a liberdade!
Você que leu este post, conte-me como foi o seu domingo de Páscoa.
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