Cheguei a conclusão que o meu destino é a solidão. Nasci
e cresci em uma família numerosa, porém, era um lar onde não havia espaço para o diálogo e a empatia,
somente ordens, crítica e deboche de tudo aquilo que saia um pouco da cultura familiar, e eu, que nasci dotada com um pouco
de criatividade e capacidade de
sonhar com uma vida diferente, aprendi
desde a mais tenra a idade a abrir a boca somente para assuntos banais como o
questionar sobre as tarefas do dia, anunciar que a comida já estava na mesa
porque temia ser ridicularizada durante
anos, e entre os meus, sentia-me profundamente só.
Com o passar dos anos e o ciclo natural de vida-morte-vida, pessoas vão e outras surgem e eu não
tive a oportunidade de relacionar com pessoas que compartilhavam os meus ideais
ou que pelo menos que fosse possível conversar sobre coisas banais, como o
desejo de conhecer povos diferentes,
possuir roupas da moda, mas um dia eu conheci
Marco Antonio.
Conhecê-lo foi uma alegria! Um homem com as mesmas origens proletárias, frustrações
acadêmicas e familiares iguais e a mesma capacidade de sonhar e dialogar
sobre os fracassos do passado e planos
do futuro. Finalmente eu pensei que teria um companheiro para os restos dos
meus dias, mas a vida reserva surpresas e na maioria das vezes bem desagradáveis
e ele sofreu um grave acidente de carro
e agora, está lutando pela sua vida
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