domingo, 20 de fevereiro de 2022

Solidão é o meu destino

 

Cheguei a conclusão que o meu destino é a solidão. Nasci e cresci em uma família numerosa, porém, era um lar onde não  havia espaço para o diálogo e a empatia, somente ordens, crítica e deboche de tudo aquilo que saia um pouco da  cultura familiar, e eu, que nasci dotada  com um pouco  de criatividade e  capacidade de sonhar com  uma vida diferente, aprendi desde a mais tenra a idade a abrir a boca somente para assuntos banais como o questionar sobre as tarefas do dia, anunciar que a comida já estava na mesa porque  temia ser ridicularizada durante anos, e entre os meus, sentia-me profundamente só.

Com o passar dos anos e o  ciclo natural de  vida-morte-vida, pessoas vão e  outras surgem e  eu  não tive a oportunidade de relacionar com pessoas que compartilhavam os meus ideais ou que pelo menos que fosse possível conversar sobre coisas banais, como o desejo  de conhecer povos diferentes, possuir roupas da moda, mas um dia eu conheci  Marco Antonio.

Conhecê-lo foi uma alegria! Um homem  com as mesmas origens proletárias, frustrações acadêmicas e familiares iguais e a mesma capacidade de sonhar e dialogar sobre  os fracassos do passado e planos do futuro. Finalmente eu pensei que teria um companheiro para os restos dos meus dias, mas a vida reserva surpresas e na maioria das vezes bem desagradáveis e ele sofreu um grave acidente de  carro e agora, está lutando pela sua vida em uma UTI, com a grande possibilidade de não se recuperar e ficar paraplégico para o  resto de seus dias. Às vezes penso que esta dor não irá passar nunca e ao contrário dos contos de fada que sempre terminam com um final feliz, já estou a aceitar que o meu destino, de fato é a solidão!

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