sábado, 14 de agosto de 2021

Espinhas

                      Os profissionais da saúde são  unânimes ao afirmar que a automedicação é um perigo e que  no Brasil, em média há 20.000 mortes anuais decorrentes desta prática. Mas o que o pobre pode fazer para resolver as  pequenas mazelas diárias como dor de cabeça, estômago, coluna além das dores tipicamente femininas  com um serviço de saúde tão precário?  Com a perda da sabedoria milenar dos cuidados naturais tradicionais restou apenas  os palpites das pessoas próximas, o balconista da farmácia e na melhor das hipóteses, o farmacêutico.

          Adolescentes das classes menos favorecidas sofrem com as espinhas características da idade e agravadas com alimentação incorreta e, quando procuram o Posto de Saúde, esperam em média, um ano para a consulta e aí de fato, começa o problema. Os  medicamentos não são fornecidos pelo  Governo e não têm dinheiro para comprá-los.

          As terríveis espinhas internas inflamadas, não são  pesadelos somente dos jovens. Não raro pessoas maduras e até idosos são vítimas, a vantagem é que com a longa experiência de vida, eles já sabem como agir nestas circunstâncias. Quando aquela  indesejada  espinha no canto da boca inflama chegando ao ponto de dificultar a alimentação, ela  já sabe que basta apenas esterilizar  uma agulha no fogo, furá-la bem ao centro e lavar com água oxigenada farmacêutica e em pouco horas,  poderá cometer o pecado da gula tranquilamente, não é o procedimento ideal, mas consultar um dermatologista  é impossível para as aposentadas que recebem em média um salário mínimo mensal. Por mais  campanhas que o Governo faça sobre os riscos da automedicação, se ele não ofertar saúde de qualidade,  esta pratica continuará  matando e mutilando, principalmente as mulheres, que tudo o que desejam  é tornar-se mais belas.

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