domingo, 31 de julho de 2016

Amigos reais X amigos virtuais

Sabiamente disse um perspicaz cronista carioca: “Solidão, seu codinome é tamagochi”, isto nos idos anos 90, quando virou febre o bichinho virtual de estimação. Crianças esqueciam as lições de casa, as brincadeiras com os irmãos, amigos, secretárias deixavam o telefone tocando, donas de casa esqueciam panelas no fogão, dando início a princípios de incêndios para cuidar dele, que exigia atenção e satisfação imediata de suas necessidades, que se não satisfeitas, o indefeso podia ir a óbito. Nesta época eu me perguntava: Por que as pessoas disponibilizam tanto tempo com um ser virtual?
            Às vezes penso que o cronista tem razão! Quem sabe é a solidão, que faz as pessoas enveredarem no mundo virtual. Por solidão, também segui  este caminho, porém,  o que eu encontrei foi a desilusão, permeada de  medo que são tantos! Medo de cair  na lábia dos “scammers”, quadrilha especializada em  dar golpes  virtuais, que lesa financeiramente  e emocionalmente mulheres carentes,  apaixonadas e tantos outros que escreverei sobre eles em outras oportunidades.

            As redes sociais são ótimas para ampliar o conhecimento, conhecer outras pessoas, outras culturas, porém, não substituem o calor humano e a felicidade de sentar à mesa para o chá das cincos, disputar  um  lugar no sofá para  ver o programa favorito na TV, ler trechos de um livro para uma pessoa querida.  Volto à questão: por que estamos priorizando os amigos virtuais em prol dos reais? Quais são as conseqüências desta escolha para a humanidade?

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