Sabiamente
disse um perspicaz cronista carioca: “Solidão, seu codinome é tamagochi”, isto
nos idos anos 90, quando virou febre o bichinho virtual de estimação. Crianças
esqueciam as lições de casa, as brincadeiras com os irmãos, amigos, secretárias
deixavam o telefone tocando, donas de casa esqueciam panelas no fogão, dando início
a princípios de incêndios para cuidar dele, que exigia atenção e satisfação
imediata de suas necessidades, que se não satisfeitas, o indefeso podia ir a óbito.
Nesta época eu me perguntava: Por que as pessoas disponibilizam tanto tempo com
um ser virtual?
Às vezes penso que o cronista tem
razão! Quem sabe é a solidão, que faz as pessoas enveredarem no mundo virtual. Por
solidão, também segui este caminho, porém, o que eu encontrei foi a desilusão, permeada
de medo que são tantos! Medo de
cair na lábia dos “scammers”, quadrilha especializada em dar golpes
virtuais, que lesa financeiramente
e emocionalmente mulheres carentes,
apaixonadas e tantos outros que escreverei sobre eles em outras
oportunidades.
As redes
sociais são ótimas para ampliar o conhecimento, conhecer outras pessoas, outras
culturas, porém, não substituem o calor humano e a felicidade de sentar à mesa
para o chá das cincos, disputar um lugar no sofá para ver o programa favorito na TV, ler trechos de
um livro para uma pessoa querida. Volto à
questão: por que estamos priorizando os amigos virtuais em prol dos reais? Quais
são as conseqüências desta escolha para a humanidade?
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