Solidão é o meu nome e tristeza meu sobrenome. Na fila do Posto de Saúde, sem ter com quem conversar, enviar mensagem, telefonar, restou-me presta atenção naqueles que tinham companhia e o assunto girava em torno das relações contemporâneas, quando a solidão é a companheira fiel de todas as horas e justificavam à fala, com o argumento de que as relações atuais, são pautadas na substituição. Isto mesmo! Não olhamos para as pessoas como elas são, mas como gostaríamos que elas fossem, ou seja, pessoas idealizadas e que nos podem ter uma serventia, e se em curto prazo, não correspondem às nossas expectativas, são substituídas rapidamente por outras, idealizadas, é claro.
A fala abalou meus alicerces e mexeu
com o cerne de meu ser e constatei que
eu fui uma das pioneiras nesta prática
de não lidar com as pessoas como elas são, com suas qualidades e defeito porque
fazemos parte da família humana. Não
foquei meus relacionamentos em convivência, mas em ascensão profissional e
esqueci que a aposentadoria e velhice
chega para todos aqueles que não ficaram
nas curvas da estrada da vida.
O período laboral, ficou no passado, o
tempo, antes escasso, agora sobra, os dias
são longos e as noites intermináveis!
Tantas pessoas encantadoras deixei pelo
caminho porque não me serviam mais
profissionalmente, e agora estou
convivendo com o meu desencanto pela vida. Falta dinheiro, energia
vital, relacionamentos sinceros e o mais
doloroso, não tenho lembranças de
momentos agradáveis com pessoas queridas. Somente agora constatei
que as lembranças são os antídotos para
as dores inerentes à velhice, mas o
estrago já está feito.
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